04/06/2022

Yoga na sala de aula? Como as técnicas RYE podem melhorar o ensino e a aprendizagem.

Yoga na sala de aula é  uma proposta diferente do Yoga na escola. O que as técnicas RYE trazem diferem de levar a turma para uma sala com tatame e praticar yoga. 

Ter uma aula só de yoga, como matéria da escola, também é muito bom, seria maravilhoso e ideal termos o yoga como disciplina curricular. Porém, nem sempre é possível, demanda custos e a contratação de um professor especializado.

As técnicas de yoga do RYE podem ser a melhor opção porque, além de atender os alunos, beneficiam a professora/professor no ensino de sua própria disciplina.

Exercícios que podem ser feitos na carteira



E como isso acontece?


São pequenas pausas, em forma de exercícios, entre as aulas. Cada exercício está em uma categoria, ou seja, tem uma função (melhorar a postura, acalmar, centrar a mente, focar a atenção, relaxar, limpar as toxinas, harmonizar a turma...) e a professora vai oferecer o exercício adequado diante do resultado que ela espera.

Por exemplo:
  • A turma está chegando do recreio e vai iniciar uma aula de interpretação de texto. 
  • Agitados e com a energia "para fora", será difícil colocar todo mundo atento e focado na atividade.
  • A professora pode então pedir para que abram o livro na página do texto a ser lido, acertem os corpos nas cadeiras e conduz um exercício de respiração, em que as crianças olham duas linhas em zigzag no quadro e vão acompanhando com o olhar à medida que inalam e exalam.
  • Este exercício dura em torno de 3 minutos e traz os alunos "para dentro", acalma o ritmo cardiorespiratório, aquieta os músculos, serena a mente.
  • Logo em seguida, a professora já pede para os alunos iniciarem a leitura do texto a ser interpretado.
  • Tudo isso com naturalidade, sem falar de yoga, sem quebrar o ritmo.


Não parece fantástico?

Então venha aprender as técnicas RYE. O curso Yoga, Mandalas e Neuropedagogia é introdutório e tem o objetivo de despertar a criatividade da professora que vai experimentar em si mesma, sentir, desfrutar e poder aplicar na sala de aula, melhorando a qualidade tanto do ensino/aprendizado quanto das relações sociais.

Mais informações sobre o curso aqui.

Yoga Pedagógica - publicado na Folha de São Paulo, caderno Equilíbrio

Publicação original

EDUCAÇÃO


Ioga pedagógica

Método desenvolvido por francesa usa técnicas de ioga para ensinar disciplinas escolares como inglês, matemática e história; além de relaxar os alunos, o objetivo é ajudar a organizar o processo de aprendizagem

Leo Drummond/Agência Nitro

Maria de Lourdes Araújo, que usa mandalas para ensinar matemática

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os alunos da oitava série alinham o corpo, para deixar a coluna ereta. Concentram-se na sensação do ar entrando pela narina esquerda e saindo pela direita. Olhos fechados, visualizam formas geométricas com círculos concêntricos. Em seguida, com lápis, régua e compasso, reproduzem na cartolina circunferências com diversos raios, que vão se justapondo e criando mandalas.


É uma aula de matemática. Ou seria de ioga?


A professora de matemática Maria de Lourdes da Silva Araújo, da Escola Estadual Margarida Brochado, de Belo Horizonte (MG), está seguindo o conteúdo programático da oitava série. Também está aplicando, em sala de aula, os princípios da ioga na educação.


No método, sistematizado pela francesa Micheline Flak, mandalas e técnicas de concentração e visualização são usadas para ajudar os alunos a formar mapas mentais enquanto o professor apresenta novos conteúdos, qualquer que seja a matéria. "Por exemplo, o professor de história coloca o centro da matéria, digamos, Revolução Francesa. Então as crianças têm de escrever ao redor desse centro todas as coisas pertencentes ao tema de história chamado Revolução Francesa. É uma apresentação do conteúdo de forma não-linear, mas concêntrica, como a mandala", disse Flak, em entrevista por telefone à Folha.
Para chegar a isso, de acordo com a metodologia criada pela francesa, devem ser seguidos seis passos. "As técnicas são usadas na ordem correta e requerem treinamento dos professores, não podem ser improvisadas", afirma Flak.


Os passos são os da ioga tradicional, mas ela diz que, na educação, não é usada a meditação. "É um passo muito importante para quem pratica ioga, mas é algo muito complexo e não concordo em introduzir isso para crianças na sala de aula. No entanto, se o professor, pessoalmente, praticar a meditação, acho que ele se tornará um educador melhor e mais criativo."

Método para sala de aula
A ioga na educação vai além de oferecer a prática milenar como uma atividade extra-classe na própria escola, cujo principal efeito é "baixar a bola" de crianças hiperestimuladas e agitadas. Isso foi só o princípio da idéia, que surgiu no meio de uma aula convencional de língua estrangeira, quando Micheline Flak, doutora em letras americanas pela Sorbonne e professora de inglês de uma escola pública em Paris, percebeu que não conseguiria transmitir o conteúdo do dia para as crianças, que entravam excitadas e dispersivas na sala.


"Era como se elas estivessem saindo de uma banheira de água quente e eu tivesse de botá-las em uma de água fria. Achei que elas precisavam de uma transição, um descanso, para depois começarmos a aula", conta Flak.


Na época, início dos anos 70, Flak já praticava ioga havia algum tempo e aplicou algumas técnicas de relaxamento que conhecia para acalmar a turma. Mas não parou por aí. Durante a fase de relaxamento, começou a passar a lição do dia. Em seguida, pediu às crianças que ficassem de olhos fechados, em silêncio, repetindo mentalmente as sentenças em inglês.


"Então, disse que faria perguntas sobre a aula, para elas responderem também só mentalmente, sem uma palavra. Finalmente, pedi que abrissem os olhos e repeti as perguntas. Elas levantavam a mão [para responder] e fiquei muito feliz em perceber como tinham assimilado todo o conteúdo."


Começava a nascer a metodologia da ioga na educação. A estruturação do método levou, em 1978, à criação da RYE (pesquisas sobre ioga na educação, na sigla em francês), associação hoje presente em 11 países e que começa a ganhar corpo e alma no Brasil.


Um dos coordenadores da RYE Brasil, Diego Arenaza, professor de metodologia de ensino do Centro de Ciências da Educação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), criou um curso na universidade para ensinar professores de qualquer disciplina a aplicar a técnica estruturada por Micheline Flak.


Não é um curso para formar professores de ioga. "É um método para sala de aula, que ajuda tanto o aluno quanto o professor a organizar o processo de aprendizagem."


Segundo Arenaza, se o professor pretende usar a técnica com os alunos, ele também deve praticar individualmente a ioga, mas não é preciso ter uma experiência prévia.


Marco Luiz Mendes de Oliveira, professor de espanhol no ensino médio, nunca tinha feito uma aula de ioga quando resolveu participar de um seminário da RYE realizado em Salvador (BA) em 2007.

 Entusiasmado com as possibilidades, a primeira coisa que fez após o curso foi procurar uma escola para começar a praticar regularmente. A segunda foi introduzir os princípios da ioga na educação em suas aulas, "sempre falando em espanhol, para trabalhar o vocabulário".

Crise de riso
Oliveira conta que, no começo, os adolescentes não ficam exatamente entusiasmados com a proposta. "Muitos acham que [fazer os exercícios da ioga] é pagar mico. Mas, quando começam a ficar estressados com as provas ou com a proximidade do vestibular, percebem que ajuda e até querem [praticar]", afirma o professor.


O estudante Michael Márcio Rodrigues, 18, que o diga. Preparando-se para prestar o vestibular para engenharia química na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e cursando o 3º ano do ensino médio, ele freqüenta aulas na ONG Bom Aluno voltadas às necessidades dos vestibulandos.
Matemática, redação, orientação profissional e ioga na educação fazem parte da grade de aulas da ONG.


Na primeira vez em que experimentou a ioga em sala de aula, Michael achou tudo muito estranho. "Tive uma crise de riso", conta. Hoje, aproveita as técnicas aprendidas na hora de fazer uma prova difícil, prestar atenção nas matérias que tem mais dificuldade e relaxar após horas ininterruptas de estudo. Sem crises.


Daisy Costa Cruz Barros, coordenadora da Bom Aluno em Belo Horizonte, acha que a prática é uma importante ferramenta para que os alunos cheguem em condições ótimas ao vestibular.


A ONG seleciona os melhores alunos da rede pública de famílias de baixa renda e os prepara para, a partir da 7ª série do ensino fundamental, participarem de provas de seleção para bolsas em escolas particulares. Os alunos continuam tendo aulas na ONG voltadas às necessidades específicas de cada série, da produção de textos à orientação profissional.


Para os pré-vestibulandos, as aulas de ioga ajudam na concentração, na assimilação dos conteúdos, na organização dos estudos e a evitar o famoso "branco" na hora da prova, segundo ela.


"São exercícios que potencializam o aprendizado. O professor não perde tempo de aula, mas ganha, porque o rendimento dos alunos melhora", afirma a pedagoga Cleide Delmar, que trabalha com formação de professores e organiza seminários de ioga na educação em Salvador.


Lucia Casaverde, introdutora dos métodos da RYE em Belo Horizonte e professora voluntária da ONG Bom Aluno, diz que a ioga na educação "não é aquela aula zen que muita gente imagina". As técnicas, segundo ela, não ensinam apenas a relaxar, mas também a manter o foco nos objetivos, a se concentrar e a resolver problemas trabalhando os dois hemisférios cerebrais.


Linhas, curvas, raios e conceitos de geometria também, lembra Maria de Lourdes Araújo. "Nunca perco a matemática de vista", diz a professora mineira. Em seu trabalho com mandalas, manter a mente quieta e a espinha ereta dos alunos é uma forma de transmitir e amarrar conteúdos de geometria. Os resultados, diz, são excelentes. "Descobri que eles começaram a entender melhor também a parte abstrata da matemática, a álgebra. E vi que os alunos com mais dificuldade na matéria evoluíram bastante", afirma.

14/11/2021

Yoga hoje, inteligência emocional amanhã


Desde que entramos em quarentena a vida precisou ser reinventada.

Hoje estamos saindo, voltando ao trabalho presencial e as crianças, à escola.

O que podemos observar de mais visível é um estado de euforia pelo reencontro, mas também situações de medo da exposição, ansiedade, desconhecimento de si e dificuldade do retorno ao relacionamento presencial.

Principalmente para crianças do ensino fundamental e jovens do ensino médio, as sequelas da quarentena precisam ser olhadas de perto pelos educadores e famílias.


Segundo pesquisa do Datafolha, houve aumento de ansiedade e tristeza entre os estudantes durante a pandemia. Veja aqui.

Alguns especialistas também apontaram preocupação com a saúde mental e emocional das crianças neste período. Veja aqui.

É preciso priorizar a educação emocional.

É necessário dar movimento aos meninos e meninas. Alongar e tonificar a coluna, aumentando a autoestima.

- Estimular a equilibrada secreção hormonal, para que cresçam e se desenvolvam bem.

- Possibilitar o reencontro social saudável, tolerante, empático.

- Cultivar a resiliência.

- Reeducar a respiração e, com isso, trazer calma, foco e clareza mental.

Vai valer a pena. Yoga hoje, inteligência emocional amanhã. 

Vamos juntos?

Conheça o curso Yoga, Mandalas e Neuropedagogia





09/02/2021

Livro com técnicas RYE será lançado neste mês com o título "Yoga na escola"

O livro é a tradução do "Le manuel du yoga à l'école", escrito por Micheline Flak e Jacques de Coulon, que contém técnicas inspiradas no Yoga a serem aplicadas em sala de aula (ou em casa) para auxiliar o aluno nos estudos.

Editado no Brasil como "Yoga na Escola: manual para professores e famílias" (segunda edição, a primeira foi lançada como Yoga na Educação), a obra foi revisada e atualizada e é um excelente material para professores e famílias na condução da educação da criança.

Você pode comprar o seu aqui AQUI!

Yoga na Escola - manual para professores e famílias
Micheline Flak e Jacques de Coulon
Tradução Michel Colin
Editora Omnisciência
2021


 

07/09/2019

Yoga na Educação

Imagem de Rubem Filho para o RYE/MG




Viver juntos 
gerenciar seu relacionamento com os outros 

Limpar a casa 
eliminar toxinas e pensamentos negativos 

Adotar boa postura 
cuidar da coluna e desenvolver autoconfiança

Respirar bem 
tornar-se consciente de sua respiração e desacelerar

Relaxar 
acalmar suas emoções 

Concentrar-se 
aprender a aprender